domingo, 14 de março de 2010

A Aventura

Sinopse: A Aventura conta a história de um grupo de seis burgueses entediados (três casais) que partem para um cruzeiro a uma ilha inabitada e isolada da Sicília.
Após alardear falsamente o grupo sobre a presença de tubarões e brigar com o namorado, Anna desaparece misteriosamente da ilha.
Seria assassinato, seqüestro, acidente, suicídio?
Não se sabe se ela simplesmente foi embora por tédio ou se realmente tentou suicídio.
A exceção de Sandro e Cláudia, ninguém parecia ligar muito. Tanto é que quando a polícia costeira inicia as buscas eles são os últimos a permanecerem.
A melhor amiga da desaparecida, Claudia (Mônica Vitti), e seu namorado, Sandro (Gabriele Ferzetti), partem à procura da cidadã em cidades vizinhas. Logo se tornam amantes.
Direção: Michelangelo Antonioni
Roteiro: Michelangelo Antonioni, Elio Bartolini, Tonino Guerra
Ano: 1960
País: França, Itália
Gênero: Drama, Policial, Romance, Suspense
Duração: 145 min. / p&b
Tipo: Longa-metragem
Título Original: L'Avventura

Elenco: Gabriele Ferzetti, Monica Vitti, Lea Massari, Dominique Blanchar, Renzo Ricci, James Addams, Dorothy De Poliolo, Lelio Luttazzi, Giovanni Petrucci, Esmeralda Ruspoli



Análise: No filme “A Aventura” o roteiro vai se desenvolvendo lentamente, nossa atenção é desviada da mecânica da busca, pela câmera e pela forma como ela se movia. É impossível saber para onde ela iria, quem ou o que ela iria seguir. Da mesma forma, a atenção dos personagens se dispersava: na direção da luz, do calor, da noção do espaço, na direção um do outro.
A câmera que passeia pelas belas paisagens da Itália serve de recurso estético, mas tem também apelo narrativo. Ao passear pelos luxuosos cômodos das mansões, as lentes de Antonioni desnudam a solidão e a infidelidade dos personagens, principalmente as do sexo feminino.
A linguagem visual de Antonioni nos deixa focados no ritmo do mundo: os ritmos visuais de luz e sombra, das pessoas posicionadas como silhuetas em uma paisagem que sempre parecia extraordinariamente vasta.
É nítido a utilização do enquadramento nas ilhas, rochas, igrejas, cidades abandonadas e outras maravilhas arquitetônicas e naturais do sul da Itália como metáfora visual do vazio existencial dos personagens.

“Michelangelo Antonioni disse numa entrevista que a aventura de seu filme não era encerrada à beira mar, sobre as ilhas rochosas onde Anna desapareceu. Era, na verdade uma “aventura emocional”, cheia de simbolismos e ironias, obedecendo seu ritmo vagaroso e sua linguagem cinematográfica, considerada apenas difícil por alguns ou para a maioria, totalmente indecifrável.”

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