quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Akira Kurosawa


Akira Kurosawa

Akira Kurosawa, cineasta japonês, nasceu em Tóquio (23/03/1910) e faleceu aos 88 anos, era descendente de um clã de samurais. Foi responsável pela projeção internacional do cinema japonês, deixando uma filmografia de 32 filmes. Antes de se tornar cineasta, foi pintor, ilustrador de revistas, publicitário e assistente de direção. Em 1943 iniciou a carreira de cineasta e ficou como o cineasta japonês mais conhecido no Ocidente, causando-lhe alguns problemas, pois os japoneses o achavam “ocidentalizado” demais e em contra partida foi quem ajudou a popularizar o cinema em seu país.

Inicialmente Kurosawa trabalha com filmes de Dramas Realistas Contemporâneos (o Japão estava vivendo no pós-guerra) onde ele evocava o Neo-realismo Italiano; o primeiro longa (1943) foi Sugata Sangiro e A Mais Bela (1944).

O apogeu de sua carreira se dá em sua fase Jidaigeri (filmes históricos samurais), Os Homens Que Pisaram Na Cauda Do Tigre (1945), Rashomon (1950), vencedor do Leão de Ouro no Festival de Veneza e do Oscar de melhor filme estrangeiro. Em 1954 filma outro grande sucesso internacional, Os Sete Samurais, Trono Manchado de Sangue (1957), esta fase foi até Barba Ruiva (1965), depois deste filme Kurosawa passa por uma fase crítica, sem financiamento e com filmes de pouca repercussão. Em meados dos anos 70, recupera-se de uma crise pessoal, durante a qual tenta o suicídio.

Dirige em 1975 Dersu Uzala, em co-reprodução com a União Soviética, e ganha o Oscar de melhor filme estrangeiro. Recupera temas do Japão medieval em Kagemusha (1980),realizado com a ajuda do cineasta norte-americano Francis Ford Coppola.Teve o apoio também de outros cineastas como George Lucas, Scorcese, onde obteve recursos para criar novas obras-primas.Em 1985 filma Ran, uma adaptação da peça O Rei Lear, de William Shakesperare. Recebe um Oscar especial pelo conjunto de sua obra em 1990. Entre seus últimos filmes estão Sonhos (1990), Rapsódia em Agosto (1991) e Madadayo (1993).

Kurosawa transcendeu gêneros, períodos e nacionalidades, mas nunca deixou em segundo plano sua própria cultura, isso é percebido na movimentação dos atores, em sua obsessão por cenários autênticos e as influências dos teatros Nô e Kabuki. Uma de suas principais característica era de ser perfeccionista e minucioso e isto estava ligado ao fato do cineasta participar de praticamente todas as etapas do processo de realização de um filme. Ele apenas não dirigia, também escrevia roteiros, desenhava os personagens e as cenas de batalha, ele sempre manteve o hábito de fazer desenhos coloridos das cenas dos seus filmes, que serviam de storyboard na rodagem, ajudava na fotografia e no posicionamento da câmera e fazia o corte final junto com o montador. Junto a esse caráter minucioso e detalhista no processo de filmagem e ao pragmatismo, objetivo do cineasta no trabalho de edição, outra característica marcante de sua persistência, “ A essência de sua obra está sustentado no tema da vida”.

Nenhum comentário:

Postar um comentário